sábado, 28 de setembro de 2013

Dilma alerta “privatizar o pré-sal é crime!”

Na campanha eleitoral de 2010 a então candidata Dilma Roussef  alertou à sociedade que “privatizar o pré-sal é crime” e acusou seu adversário,  José Serra, “de querer entregar opatrimônio público a empresas estrangeiras”. Dilma também disse, em rede nacional: “ o pré-sal é o  nosso passaporte para o futuro”.

Surpreendentemente a presidenta agora defende com unhas e dentes o leilão de Libra, o maior campo do pré-sal, a maior descoberta da Petrobrás em 60 anos e um dos maiores campo de petróleo do mundo. Se Dilma   está praticando um crime, como ela mesma profetizava, pode-se discutir. No entanto, é indiscutível que ela praticou um estelionato eleitoral.



A mídia que sempre fez coro com a defesa das  privatizações estimula Dilma a realizar o leilão de Libra, evitando o debate com aqueles que consideram o leilão uma traição ao povo brasileiro.
Ao proceder à entrega do nosso petróleo a estrangeiros, a presidenta Dilma desrespeita muitos daqueles que ajudaram a elegê-la, acreditando nos seus discursos de palanque eleitoral, e desrespeita a memória dos brasileiros que lutaram e deram a vida para criar a Petrobrás e assegurar que a União tivesse o monopólio do petróleo, na vitoriosa campanha “O petróleo é nosso!”

Toda a campanha do petróleo na década de 1940-50 aconteceu quando o petróleo era um sonho e agora, quando o petróleo é uma realidade, o governo Dilma vai entregá-lo de bandeja. É doloroso concluir que a presidenta da República pretende usar o petróleo, a maior riqueza da nação, para alcançar superávit primário e, há quem diga, para financiar sua própria reeleição.

A mídia colabora com Dilma, alardeando que duas gigantes petroleiras americanas e duas britânicas abandonaram o leilão. Como se o petróleo fosse desprezível. O leilão é um jogo de cartas marcadas e as multinacionais do setor fazem acordos de bastidores. Não há disputa entre elas.

Já os privatistas e porta-vozes do governo se utilizam de falsas e de meias verdades para legitimar o leilão. Dizem que a Petrobrás não teria tecnologia nem condições financeiras para desenvolver o pré-sal. Mas quem desenvolveu tecnologia inédita no mundo, que permitiu a descoberta do pré-sal, foi a própria Petrobrás. Quem tem reservas garantidas de cerca de 60 bilhões de barris de petróleo, como a Petrobrás, consegue financiamento em qualquer banco no mundo. 




Dilma insiste na farsa de que o leilão do campo de Libra “vai permitir grandes investimentos na educação. (...) mais creches, alfabetização na idade certa, escolas em tempo integral, ensino médio profissionalizante, mais vagas em universidades, mais pesquisa e inovação, professores mais preparados e bem remunerados.” Todas essas promessas seriam viabilidades com o dinheiro dos royalties, diz ela.

Outra falácia. Até hoje o dinheiro dos royalties não financiou nada além de campanhas políticas, chafarizes em praça pública, porcelanato em calçadas e shows. Nenhum centavo dos royalties trouxe grande benefício para as populações dos municípios e estados produtores. No Rio de Janeiro, principal produtor de petróleo, a educação pública é considerada a segunda pior do país e os salários dos professores estão entre os mais baixos.

Além disso, os royalties representam, no máximo, 15% do petróleo, o que chamamos do rabo do elefante. Os estados e municípios disputam afoitos o rabo, enquanto a maior parte do elefante – cerca de 85% - está sendo entregue quase sem resistência às multinacionais estrangeiras: qual é a lógica disso?

Outro argumento usado por Dilma e seus aliados é que o leilão vai trazer emprego e renda para os brasileiros. Já foram realizadas onze rodadas de leilão, desde 1998, e até agora nenhum empresa estrangeira ou nacional, a exceção da Petrobrás, construiu sequer  uma refinaria, plataforma, navio ou sonda no Brasil.

A sociedade se preocupa com a presença da IV Frota dos Estados Unidos no Atlântico Sul e com a espionagem dos Estados Unidos a segredos estratégicos da Petrobrás. Mas a grande ameaça ao pré-sal não está lá fora. Está dentro das fronteiras do país, entre aqueles que traem  o povo brasileiro, no discurso e na prática.

Fonte: Surgente nº 1232 - Boletim do Sindipetro-RJ, de 27/9/13.


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