Em dezembro de 2013 o senado aprovou a restrição da meia-entrada cultural. Todos os estudantes com carteirinha podiam pagar meia-entrada em cinemas, teatros, shows e eventos esportivos. Com essa lei existirá uma limitação de 40% dos ingressos disponíveis para cada evento. Além dos estudantes, ainda entraram nessa cota pessoas com deficiência e jovens de baixa renda inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.
O governo justifica a proposta afirmando que com a limitação do benefício os ingressos ficarão mais baratos, já que os produtores culturais alegam os altos preços dos ingressos pelo fato da meia-entrada não ter limites. Outro argumento é a diminuição das fraudes multiplicadas após a aprovação da MP 2208/1, no governo de Fernando H. Cardoso, que permitiu a emissão das carteirinhas por qualquer organização, chegando ao absurdo de pizzarias e rádios emitirem as identificações estudantis.
O DCE UNISUAM é favorável à regulamentação da meia-entrada, que garanta as entidades estudantis reconhecidas pelo movimento estudantil, também as não-filiadas à União Nacional dos Estudantes (UNE), possam fazer as carteiras de identificação estudantil, pois com isso as fraudes diminuirão e as organizações terão recursos para manter-se.
No entanto, essa nova regulamentação veio acompanhada da restrição de um direito que foi conquistado através da luta dos estudantes para facilitar nosso acesso a cultura e ao lazer. Não temos nenhuma garantia que o governo realmente vai fiscalizar se os estabelecimentos estão disponibilizando realmente os 40% dos ingressos. Também não acreditamos que essa medida irá diminuir os preços dos ingressos, como argumenta o governo, por isso os estudantes e as organizações estudantis devem lutar contra essa a restrição.
A diretoria majoritária da UNE, mais uma vez, baixou a cabeça e aceitou calada a proposta do governo. O DCE UNISUAM, junto com as outras organizações que compõem a Oposição de Esquerda na UNE, foi contra essa restrição e vai lutar para que ela seja revogada. Os preços das sessões de cinemas, espetáculos teatrais, shows e jogos são extremamente caros e garantem lucros absurdos para seus produtores. A solução para baixar o preço dos ingressos não é restringir o direito dos estudantes e sim limitar os lucros absurdos de alguns eventos.

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