Não ao corte de verbas na educação
O início de 2015 começou para a educação brasileira com mais dificuldades do que terminou 2014. Justificando-se com uma suposta necessidade de “choque de gestão” e cedendo à pressão dos bancos e de empresários para garantir a “governabilidade” junto aos setores conservadores, que não se colocam ao lado dos direitos do povo, o governo federal decidiu cortar R$7 bilhões da educação, sendo que o orçamento atual é de cerca de R$82 bilhões, menos de 5% do PIB .
E como sempre após essas decisões, a corda arrebenta para o lado mais fraco. Já em janeiro vimos o atraso das bolsas de milhares de estudantes. Isso porque além do corte, muitas reitorias não se organizaram e colocaram o orçamento das bolsas, do mês de dezembro no orçamento de janeiro de 2015. Com o corte efetuado pelo governo as universidades viram seus caixas diminuírem e faltar
dinheiro para o pagamento em dia das bolsas. Em outros casos bolsas pagas para estudantes da pós-graduação também sofreram
A assistência estudantil é fundamental para melhorar a permanência dos estudantes e consequentemente desenvolver o conhecimento e a pesquisa no país. As bolsas garantem a complementação da renda de estudantes que não têm condições financeiras para manter-se na
universidade. Mesmo com valor e quantidade insuficiente, elas contribuem com a alimentação, o pagamento do aluguel, o transporte, etc. Outro setor afetado pela irresponsabilidade de nossos governantes são os terceirizados das universidades, que mais uma vez sofreram com o atraso de seus salários. Além dos atrasos e salários extremamente baixos, suas condições de trabalho são precárias,
faltam equipamentos e materiais de segurança. Ao mesmo tempo os servidores públicos não possuem perspectivas de melhorias em 2015, mais uma vez o orçamento não prevê aumentos salariais. Como
todos sentem no bolso, o custo de vida aumenta e o salário não corresponde.
Manutenção do lucro dos bancos é o verdadeiro motivo para o ataque aos nossos direitos.Mas o principal fato é que o lema “Brasil: pátria educadora”, lançado como norte para os próximos quatro anos de governo já se mostra contraditório e mentiroso. O que continua como verdade é a preferência do governo pelos bancos, mais uma vez a justificativa para os cortes é agradar o “mercado”, a principal motivação é economizar dinheiro para pagar os juros da dívida, que esse ano devem consumir R$ 66,3 bilhões. O governo alega que a medida não afetará os investimentos nos setores sociais e os direitos dos cidadãos, pois os cortes afetariam apenas gastos que não são indispensáveis, as chamadas despesas discricionárias. Como qualificar de indispensáveis despesas em ministérios que precisam de mais verbas e não de cortes, como é o caso da educação? Nessa mentira nem criança acredita. Muitas escolas e universidades ainda estão caindo aos pedaços, faltam professores e técnicos administrativos, a assistência estudantil é precária, etc. Outros ministérios fundamentais também foram prejudicados, como o das Cidades e o de Desenvolvimento Social. Em um país que prioriza
o bem estar de seu povo as contenções deveriam ser feitas em gastos realmente desnecessários, como os privilégios dados aos bancos e multinacionais por meio de financiamentos públicos e isenção de impostos. Além da eterna dívida pública, que em 2015 receberá 47% do nosso PIB, R$ 1,356 trilhão. Valor 54 vezes maior do que a previsão para investimento do governo em transportes, alvo de reclamações em todo o Brasil por ser de péssima qualidade.
Os estudantes brasileiros precisam estar mobilizados para responder a esses ataques, precisamos organizar debates e lutas contra eles. A juventude foi as ruas por mais direitos e não para defender o
superávit primário (dinheiro que o governo paga aos banqueiros pelos juros da dívida pública). É necessário que cada jovem saiba dos verdadeiros motivos da falta de vagas nas universidade públicas, falta de restaurantes e de moradia digna nas universidades e dos atrasos de suas bolsas.
Queremos a auditoria da dívida pública e a suspensão do seu pagamento, pois esse é o grande problema das contas públicas de nosso país. Só com mais investimentos teremos educação pública,
gratuita, de qualidade e socialmente referenciada para todos e todas, e o livre acesso à universidade.
Nenhum corte na educação pública!
Pela aplicação de R$2,5 bilhões no PNAES!
Criação dos Planos Estaduais de Assistência Estudantil!
10% do PIB pra educação pública já!
Movimento Voz Ativa
Movimento Construção Coletiva
Movimento Resistência
Movimento Levante e Lute
DCE UNISUAM
Movimento Correnteza
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